Aldeia Mordaz - Amauri de Souza

Título: Aldeia Mordaz

Autor: Amauri de Souza

Ilustrações: Eder Doninunes

Gênero literário: Romance

Editora: Telucazu Edições

Ano da publicação: 2021

Número de páginas: 164

ISBN: 978-65-86928-33-4

Sobre o livro:

Aldeia Mordaz é um livro que extrapola os padrões clássicos do romance estrutural, pois nele os personagens estão ocultos e não há um enredo definido.

Oculto também está o narrador, que monologa com a cidade do início ao fim, expondo os seus elementos peculiares, escancarando as suas contradições, as dificuldades e a busca incessante do homem urbano em busca da realização dos seus mais diferentes sonhos. Ao mesmo tempo em que descreve as belezas edificadas e dizimadas pela ação humana, traduzidas no cotidiano alucinado, onde a estética acaba sendo encoberta pela indiferença estampada no olhar das pessoas, sobre um palco de acontecimentos, no que ele chama de processo civilizatório, ou seja, a cidade, crua e nua.

Assim, o enredo pode ser imaginado pelo leitor, pois há uma cidade onírica descrita pela ótica sensível do autor, onde se destacam as transformações, quer sejam as da cidade ou as dos indivíduos que nela vivem, num processo contínuo de construção, destruição e reconstrução do cotidiano. O livro, cujo desarranjo da forma é proposital, mistura poesia e prosa, contextualizando assim a realidade urbana. Mas é inegavelmente assertivo em seu conteúdo, pois a “história” contada pelo autor pode ser a de qualquer um, à medida que descreve a cidade sem meias verdades e a escancara, nua, como fiel espelho da sociedade.

Amauri de Souza não se valeu de qualquer código moral para compor essa narrativa empolgante, e ela chama atenção pela audácia em inovar a forma e o estilo literário. A ficção se mescla com a realidade, pois o autor traça alguns paralelos com sua biografia, em fases da infância, e a condição da cidade real, concreta e pulsante onde atualmente reside. É um misto de saudosismo e crítica social contundente, que nos leva a refletir e repensar o nosso papel enquanto sujeitos da transformação que fazemos no mundo, seja para o bem ou para o mal.

Sobre o autor:

Amauri de Souza nasceu em Pontalinda, São Paulo. Jornalista, poeta e escritor; atua como assessor de imprensa na Secretaria de Saúde de Americana-SP, onde é servidor público há 30 anos. É membro efetivo do Grupo Espaço Literário “Nelly Rocha Galassi”, de Americana, e da Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas (SBPA), sediada em Mariana (MG).  Publicou em 2005 seu primeiro livro, intitulado Retratos do Tempo. Participou de diversas antologias, feiras, exposições e outros eventos literários e, como jornalista, além da atuação profissional, escreve artigos e crônicas em Jornais de Americana e região. Reside atualmente em Santa Bárbara d’Oeste (SP), mas se considera filho de todas as cidades, pois o seu coração é um terreno fértil para a construção de novas amizades, novas pontes.  De sua mente criativa, fluem ideias que se conectam com as ruas do mundo, em encruzilhadas onde se animam e proliferam. Um filho suburbano que, às vezes, ao se ver cansado do alvoroço da cidade, sai de mansinho para um canto onde haja um pouco de raro silêncio. Onde possa se compenetrar na condição de homem-poeta-urbano, para construir os alicerces do alívio em sua alma. E assim, ele se ocupa nesse ofício da palavra, numa tentativa de amolecer o concreto há muito despejado sobre o destino das coisas, buscando remover os escombros da indiferença, para revelar sensações que permaneceram incólumes diante das cimentadas investidas do tempo.